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MOVING ON | 2012, 00:04:02

Le somnambulisme m'attire ce matin comme une figure séduisante, elle, pour désigner mon expérience de la transe ou de la transition nommée 'voyage'

Jacques Derrida

 

Um corpo que se julga a avançar depara-se sempre com uma parede. Que ideia move e se move no corpo dela que a faz avançar sempre da mesma forma e na mesma direcção? Por que continua a tentar?  O que é que continua a tentar? Por que é que é incapaz de se voltar, quando não tem nenhuma parede atrás dela?  E o que está atrás dela que ela não consegue nem tenta ver? O que é que a precede? O que é que a persegue? O que é que ela imagina estar do outro lado da parede que a faz insistir? Com o que é que ela se depara sempre que não atravessa a parede? De que é feita aquela parede? E é sempre a mesma parede? E é sempre o mesmo corpo? A parede é a mesma se o corpo for outro? Por que é que um corpo é incapaz de atravessar a parede? Por que é que este corpo é incapaz de atravessar esta parede? Se o mundo é aquele compartimento, o que é a parede e quem é aquele corpo? De que é feito aquele obstáculo que ela encontra sempre? Um corpo que não avança depara-se sempre com uma parede?

 

 

Projecções:

vídeo integrado na instalação «Passages – Vidéo Installation», de Elisa Sepúlveda, projecção de vídeo nas fachadas dos edifícios da Cité Universitaire de Paris, Fête de la Cité (25th-26th of May 2013)

vídeo integrado na vídeo-instalação «moving on», Casa Independente, Lisboa (Março 2014)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este vídeo (o primeiro que fiz) surge um mês após mudar de Lisboa para Paris, quando passei a habitar uma nova língua, deixando para trás um Portugal a encolher, e vendo partir um amor de Verão que julgava ser sem tempo. A cada dia, tentava avançar para a nova cidade que me acolhia, para a vida que aí se abria, para mim própria. Numa espécie de transe, repetia fórmulas para poder continuar, para encarar de frente o que tinha ficado para trás. 

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